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Belo Horizonte/ MG *1900 - 1995
Amadeo Luciano Lorenzato
Pintor autodidata e
Franco atirador
Não tem escola
Não segue tendências
Não pertence a igrejinhas
Pinta conforme lhe dá na telha
Amém. – Pedro Olivotto
A arte para mim é um passatempo, é uma terapia que me ajuda a viver. Quando estou pintando, esqueço tudo. – Amadeo Lorenzato
Amadeo Luciano Lorenzato nasceu em Belo Horizonte, Minas Gerais, em 1900. Descendente de italianos, Lorenzato passou a infância no Brasil, mas após a 1ª Guerra Mundial (1914-1918), sua família resolveu retornar à Itália. Aos 20 anos, ele começou a trabalhar como pintor da construção civil. Em 1925, foi estudar na Reale Accademia delle Arti, na Galleria Olimpica di Vicenza (atual Accademia Olimpica Vicenza). Seus primeiros quadros surgiram a partir de excursões que fazia aos domingos pelos arredores da cidade.
Em 1926, em Roma, conheceu o pintor Cornelius Keissman com quem, poucos anos depois faria uma longa viagem de bicicleta por diversos países europeus. Na época ele vivia da venda de pequenos guaches e aquarelas e de cartões impressos com a foto dos dois artistas ao lado de suas bicicletas. Nas cidades de Bruxelas e Paris, os pintores permaneceram por mais tempo. Foi em Paris, que Lorenzato se tornou amigo do pintor italiano Gino Severini (1883 – 1966), com quem ampliou seu conhecimento sobre a arte impressionista. Lorenzato tinha um fascínio por obras impressionistas e renascentistas italianas.
Em 1949, terminada a 2ª Guerra Mundial (1939-1945), Amadeo retornou ao Brasil para morar em Belo Horizonte. Em 1956, sofreu um acidente que o levou a aposenta-se. A partir daí ele se dedicou à pintura, valendo-se da técnica bem próxima dos primitivistas, ao dispensar detalhes e concentrar-se em linhas e cores essenciais. Mais tarde começaria a utilizar um pente de metal que ele utilizava quando esteve na Itália trabalhando com ornamentação de pintura de parede. A fusão das camadas de tinta na tela proporcionado pelo uso do pente resultou na apresentação de linhas tortuosas e leves reentrâncias dispersas por todo o quadro.
Uma das características de Lorenzato é a escolha da realidade cotidiana tanto nas paisagens quanto nas naturezas-mortas e retratos como temas para pintar. Ele também explorou o uso de diferentes materiais como suporte para sua pintura, como tela de arame, madeira e papelão; pratos, caixas e abajures. O artista também esculpiu em argila e cimento imprimindo às susa obras grande intensidade e força de expressão, sempre com formas básicas e linhas essenciais.
Durante muito tempo Amadeo Lorenzato tinha um seleto grupo de colecionadores em Belo Horizonte, que percebiam e valorizavam sua arte. Somente nos anos 2000 é que finlamente veio o reconhecimento nacilnal e interncacional. Hoje, suas obras integram o acervo de diferentes museus e coleções públicas, como da Fundação Clóvis Salgado e do Museu de Arte da Pampulha, em Belo Horizonte, da Universidade Federal de Viçosa, da Pinacoteca de São Paulo e do MASP – Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubrian.
Em 2024, a 60ª Bienal de Veneza, tradicional exposição que consagra artistas de todo o mundo, teve a curadoria inédita do brasileiro Adriano Pedrosa, diretor artístico do Masp (Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand), que com o tema “Estrangeiros em todo o lugar”, focou a seleção de artistas que nunca tinham estado na Bienal além de incuir 88 países presentes na mostra. O resultado foi uma Bienal de Veneza que reuniu obras de mais de 300 artistas, incluindo brasileiros, entre os quais no núcleo dos históricos estão: Emiliano Di Cavalcanti, Cícero Dias, Tarsila do Amaral, Judith Lauand, Anita Malfatti, Maria Martins, Ismael Nery, Candido Portinari, Ione Saldanha, Rubem Valentim e Amadeo Luciano Lorenzato. Afinal, o maior de todos os reconhecimentos de sua obra de arte. Uma história que já está sendo transformada em filme através de um projeto coordenado pelo pesquisador e colecionador Pedro Olivotto.