Artistas

Esse mentor da escultura do profano do barro que abre um novo olhar para o sertão incompreensível na cartilha e indecifrável no horizonte – Pedro Olivotto

Não tenho prazer em criar o que já foi criado. Gosto de trazer o que está morto para a vida novamente em uma nova matéria, a partir da arte. – Ratinho

Ratinho, o Rafael Costa Pereira é artista natural de Caruaru. Cresceu próximo ao Rio Ipojuca, onde desde criança teve seu primeiro contato com o barro, esculpindo suas primeiras figuras. Aos 12 anos, ao deparar-se com uma máscara de ursa vermelha na feira, descobriu sua paixão pela arte em barro e começou a criar e vender suas próprias esculturas, dando os primeiros passos em sua jornada artística.

Foi durante um projeto de fotografia que Ratinho teve a oportunidade de subir o Alto do Moura e conhecer Mestre Vitalino, um encontro que marcou profundamente sua trajetória. Inspirado pelo barro vermelho e pelas histórias do mestre, Ratinho iniciou sua caminhada artística, explorando novas formas de expressão. Hoje, com mais de 200 peças autorais, Ratinho busca constantemente inovar em suas criações, utilizando elementos como ossos bovinos e dentes caprinos para trazer suas esculturas à vida.

Além de seu trabalho com o barro, Ratinho expandiu sua expressão artística para as telas, explorando tanto a pintura quanto a fotografia. Sua abordagem única o levou a sustentar sua família com seu fazer artístico, com obras suas em coleções de renome e presença frequente em grandes feiras, como a Fenearte.

Apesar das dificuldades iniciais e das críticas, Ratinho perseverou em seu caminho, encontrando inspiração na música e no cinema para alimentar sua criatividade. Seu estilo autêntico e sua técnica, com o uso de forno elétrico para a queima do barro, o destacam como um artista singular no cenário do Alto do Moura.